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Sandro recorda histórias e revela que reduziu salário pela metade para ficar no Botafogo: ‘Só queria a oportunidade de subir o time de novo’

Ex-zagueiro do Botafogo, Sandro deu entrevista ao “Charla Podcast” nesta semana. O ex-jogador relembrou histórias da carreira, principalmente no Glorioso, e sacrifícios que teve que fazer para ajudar o clube a subir, em 2002.
Sandro chegou a reduzir o salário pela metade para permanecer no Botafogo e poder ajudar no retorno à elite.
– Teve uma época que fiquei cinco meses sem receber R$ 1, falei para pagarem pelo menos o valor da carteira, para eu poder pagar aluguel e cheque especial. Isso foi o começo, na Série B. Depois Bebeto (de Freitas) começou a organizar o clube. A salvação do Botafogo se deve ao Bebeto. Eu ganhava R$ 70 mil na época, mas eu não recebia. Bebeto falava que não podia me pagar, eu falei que só queria a oportunidade de subir o time de volta – contou Sandro.
– Quando acabou o campeonato de 2002, recebi proposta do Beira-Mar (de Portugal), Coritiba, Náutico, Sport, Bahia, muita gente me ligou. Bebeto falou que não dava para eu ficar, que eu ganhava muito. Eu respondi “nem recebo, como ganho muito? O que você pode pagar?” Eu ganhava R$ 70 mil, ele respondeu “posso pagar a metade”. Falei “Bebeto, fala com o Levir (Culpi), quero ficar aqui, o que menos importa é o salário. Vamos subir o time, depois eu te cobro lá na frente”. Ainda disse mais: “depois pode me mandar embora, mas quero disputar a Série B. Vou fazer dez gols, não vou machucar, não vou ser expulso e vamos subir o time”. Não machuquei, não tive uma lesão, só tomei quatro cartões amarelos e fiz oito gols – destacou.
Veja outros pontos da entrevista:
Dificuldades
– Como o Botafogo não pagava em dia, era uma confusão, tinha dia que não tinha nem água para tomar banho. Tinha que virar SAF. A torcida não merece o que se estava passando, funcionários não merecem. O roupeiro avisava que cortaram a água. À época, o Botafogo não pagava nem tinha como fazer grandes times. No Botafogo não tinha isso de fingir que pagava e fingir que jogava, porque só ganhando jogos para ter renda e patrocínio para mudar situação do clube.
Pagou o aluguel de Jefferson
– Como eu tinha operado o joelho em 2001, estava com lesões musculares em 2002, quase não joguei. O Botafogo não tinha nem musculação decente, mal tinha academia. Era cobrança com lugar que não tinha nada. Passei seis anos no Botafogo, devem ter passado uns 30 treinadores. Em um ano, mudava cinco treinadores. A cada competição mudava o time. Não tem como. Você não tem confiança. Jogar no Botafogo é diferente, time de camisa pesadíssima, tenho orgulho de falar que joguei no Botafogo de Garrincha e no Santos do Pelé. Mas não tinha como não cair, uma hora ia acontecer. Ninguém procurava melhorar o time, só tirar proveito. E nós dentro de campo tentávamos fazer o melhor. Uma vez paguei o aluguel de Jefferson e Gedeil. Eles vieram falar comigo que estavam devendo três meses de aluguel, me pediram ajuda para pagar. Não tinha como fazer time bom.
Gol decisivo contra o Marília
– Para mim, foi o gol mais importante da minha carreira. Não fiz gol de título, esse foi participação direta no acesso. Para mim, foi uma alegria, que peso tiramos. Tudo que eu pedi a Bebeto foi para ficar ali, me deixar subir com o time. Tanto que em 2004 vi que não estava conseguindo render, falei com Bebeto e fui para Portugal. Eu ganhava R$ 80 mil no Botafogo, mas não recebia. Ia para o Belenenses ganhar R$ 40 mil, mas não era dinheiro, era motivação. Tinha que ter motivação para jogar. Bebeto não estava conseguindo honrar as coisas, tudo caro, inflacionou, cada um falava uma coisa, ficou uma confusão. Não tinha mais como permanecer, não tinha cabeça. O que Bebeto me prometeu não me cumpriu mais, não conseguia. Mas ele foi o grande responsável pela recuperação do Botafogo, nada tira o mérito dele.
Defesa atual do Botafogo
– Não conhecia o Bastos, nunca tinha visto jogar. Achei estranho, meio baixo, meio truncado, não tão alto. Quando vi, rápido, forte, bom na bola aérea, não é brucutu. Tanto Barboza quanto Halter são bons zagueiros, mas precisa mais um ali para ajudar, para dar consistência. O Botafogo está com conjunto muito bom, meio e ataque compensando com jogos muito sólidos. Acredito em pelo menos um título este ano.

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