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Senador critica arbitragem e VAR e promete mostrar nesta terça que CBF ‘mentiu para a CPI’

Senador participante da CPI da Manipulação de Jogos e Apostas Esportivas, Carlos Portinho promete mostrar nesta terça-feira que a CBF mentiu em depoimentos de seus representantes. O político vai revelar o assunto exato apenas durante a sessão.
– Antes do recesso eu disse que a CPF mentiu para a CPI. E vou mostrar no dia 6 (esta terça) que a CBF mentiu. Não em relação às denúncias do John Textor, mas em relação a um questionamento que foi feito e ela respondeu em desacordo com protocolos e regras da Fifa. Isso é uma mentira, não condiz com a verdade. A CPI vai ter que se debruçar para avaliar o que vai fazer com isso – avisou Carlos Portinho, no podcast “Bola na Sacola”.
– Vou tratar o tema na CPI, peço essa reserva. Não tem a ver com denúncias do Textor, mas com procedimentos e protocolos. Desde que foi implementado o VAR, a Fifa exige que haja agentes de controle que recebem essas denúncias. Sobre isso, sabemos que até 2022 era o Rômulo Meira Reis, agente de conformidade, que recebia todas as denúncias. Sabemos que nos últimos cinco anos tem muito mais denúncias de alertas de manipulação, pode ter havido manipulação. Esse procedimento, sabemos que o Ministério Público é que tem poder de polícia, o STJD tem limitações, se convidar alguém de testemunha a pessoa pode não ir. O Tribunal é independente nas decisões, mas é um órgão da CBF. Faltam protocolos, acordos de cooperação entre CBF, Ministério Público e Polícia Federal. O que estão sendo feito com essas denúncias? Eram improcedentes, abriram inquérito? Precisamos saber o papel da CBF, do STJD, do Ministério Público e da Polícia Federal – disse o senador.
Carlos Portinho acredita que haja manipulação no futebol brasileiro e faz duras críticas à arbitragem, inclusive ao VAR.
– Eu tive experiência no tribunal desportivo (como advogado de clubes), soube de diversos casos de manipulação, mala branca, mala preta, e digo que é a prova mais difícil de ser feita. Porque a manipulação no futebol brasileiro e no mundo sempre existiu, por interesses políticos, para um clube subir, outro descer, por presidente de federação ajudar etc – explicou.
– Temos que apertar os instrumentos de fiscalização. Se antes já teve Máfia do Apito, casos de manipulação de difícil prova, caso de “deixa fazer”, os indícios somados à aprovação de lei de aposta e que se confirmou, com os parcos instrumentos de fiscalização e inércia da CBF, têm feito mal ao futebol brasileiro. Dizem que estamos perdendo tempo com isso, mas é algo que envolve leis federais e consumidor, envolve o nosso patrimônio, o futebol brasileiro. Pode sair alguém preso? Pode. Eventualmente. Já trouxemos um árbitro do Rio que foi afastado. No final, se conseguirmos construir instrumentos e apertar a CBF, estaremos fazendo um bem para o esporte e para o consumidor. Porque está demais. O VAR se transformou em mesa de boteco. A cabine que escolhe os frames e manda para o árbitro. Uma coisa é escolher os melhores ângulos, outra é que não pode subtrair imagens relevantes para a decisão do árbitro. Antes tinham três que erravam, árbitro e bandeirinhas, com a tecnologia esperava-se menos erros e menor interferência. O que vemos é a maior interferência com pior resultado. Hoje são cinco errando, antes eram três. O VAR só deve interferir no que é óbvio. Falta no Brasil estabelecer o que é óbvio, como há protocolo rígido na Inglaterra. O árbitro vai continuar errando e acertando, mas hoje o VAR está o chamando para errar, isso é uma grande interferência. Se não é óbvio, o VAR não tem que se meter. O VAR virou um pitaqueiro, eu preferia quando só o árbitro erra – disparou, antes de concluir.
– Recebi os mapas de câmera, a maioria não é 4K. Qual o problema disso? Na hora que vai aumentar a imagem, para dar o zoom, o pixel distorce e muitas vezes você não consegue identificar, porque usam imagens das câmeras das empresas que estiverem transmitindo. Tem a ver com questão tecnológica, com protocolos para serem só os lances óbvios e com a escolha das imagens, porque no caso do Adryelson uma imagem fundamental não foi enviada a campo. Todas as melhores têm que ir, quando uma não vai deixa no nosso inconsciente que o árbitro pode estar escolhendo e deixando de mandar as melhores, o que é muito sério – finalizou.

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