Neste sábado o acidente que matou Marília Mendonça, ícone da música sertaneja, completará um ano. A cantora voava em um bimotor da empresa PEC Taxi Aéreo que caiu durante o pouso, que aconteceria no aeroporto de Caratinga, em Ubaporanga, cidade próxima a Belo Horizonte. A aeronave se aproximava do pouso quando colidiu com cabos de alta tensão de uma torre de distribuição e caiu no vale do Rio Doce.
Também morreram na queda Abicieli Silveira Dias Filho, assessor e tio da cantora, Henrique Ribeiro, seu produtor, o piloto Geraldo Medeiros e o copiloto Tarciso Pessoa Viana. A perícia feita pelo Instituto Médico Legal nos corpos das vítimas mostrou que os cinco morreram de politraumatismo, causado pelo impacto da aeronave no solo.
A investigação do acidente é conduzida pelo Cenipa, o Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aéreos, da Força Aérea Brasileira. A operação não tem como finalidade identificar culpados, mas ajudar a prevenir novos casos semelhantes.
Segundo o órgão, “a investigação está em fase final e terá o menor prazo possível para a conclusão, dependendo sempre da complexidade de cada ocorrência e, ainda, da necessidade de descobrir os fatores contribuintes”.
Segundo o Cenipa, o próximo passo envolve discutir a versão inicial do relatório com representantes credenciados dos países que atuaram na fabricação da aeronave e dos motores. “Concluídas as análises, serão emitidas as recomendações de segurança”, informou o órgão da FAB.
À época, exames toxicológicos e para detecção de doenças preexistentes realizados pelo IML de Minas Gerais descartaram a hipótese de que o piloto e o copiloto do avião que transportava Marília Mendonça tenham tido problemas de saúde ou feito uso de substâncias psicotrópicas. A hipótese de que a aeronave tivesse sido atingida por arma de fogo também já havia sido descartada.
“A gente vai traçando hipóteses e, à medida que vão sendo descartadas, vamos avançando com as investigações”, afirmou Ivan Lopes, da Polícia Civil, responsável pela investigação do acidente. “Entra agora [o inquérito] numa fase de aguardar os laudos do Cenipa.”
Em maio, o Superior Tribunal de Justiça determinou que a investigação do caso é de competência da Justiça estadual de Minas Gerais. O ministro Antonio Saldanha Palheiro considerou que, com as informações apuradas até o momento, não havia elementos que justificassem a atuação da Polícia Federal.
Na manhã desta sexta-feira, a Polícia Civil de Minas Gerais disse que as investigações já concluíram que as torres da Companhia de Energia de Minas Gerais não tinham obrigatoriedade de ser sinalizadas, pois estavam fora da área de proteção do aeroporto, que tem um raio de três quilômetros.
As torres estão localizadas a 4,6 quilômetros da cabeceira de pouso do aeroporto e têm uma altura de aproximadamente 35 metros.
A polícia agora aguarda laudos sobre os motores da aeronave para concluir as investigações. Eles não têm prazo para serem emitidos.
O delegado responsável pelo caso, Ivan Lopes, afirma que, independentemente do resultado das investigações, a queda foi acidental, mesmo que fiquem comprovadas falhas humanas.
Com informações da Folha de S. Paulo
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