A obra de revitalização do campo de futebol da Praça Umuarama, na Rocinha, será retomada, informou a Secretaria Municipal de Meio Ambiente e Clima (Smac), nesta terça-feira (3). De acordo com usuários do equipamento, o campo está interditado há dois meses, sem que as obras tivessem sido iniciadas. A Smac adiantou que as intervenções serão realizadas ainda nesta semana.  
A secretaria afirmou que a revitalização do campo está em andamento, e não parada como disseram os moradores da Rocinha. A pausa foi necessária para que os técnicos fizessem um estudo de estabilidade do terreno e ajustes no projeto, para a construção de uma quadra no local.
Segundo o jornal O DIA, usuários do espaço afirmaram que o local estava interditado, sem que nada de significativo tivesse sido feito pela secretaria. De acordo com um morador ouvido pelo jornal, no entorno do campo há construções destruídas, com quilos de entulhos espalhados pela área. Também há barras de ferro colocadas em volta do campo, e outras estão no chão.
“O campo estava em mau estado, mas funcionava, já que a própria população o mantinha de pé. Agora, está tudo abandonado, as crianças não podem brincar e os moradores não podem utilizar há mais de dois meses. Muitos idosos caminhavam de manhã, pais vinham brincar com seus filhos. É lamentável ver um lugar desse perdido”, afirmou Nathan Porto, de 23 anos, ao veículo.
Nathan ressaltou que os moradores da favela têm uma relação de afeto com o campo, onde jogam futebol e fazem outras atividades. Para ele, a Prefeitura poderia investir em outros projetos que ampliassem o perfil dos usuários do espaço.
“Uma galera da comunidade cresceu ali vendo seus pais jogarem, e, hoje, é uma tristeza ver essa situação. Não é apenas sobre a reforma para as pessoas jogarem futebol. Vários projetos bacanas poderiam funcionar lá. O espaço poderia até ser direcionado para que os estudantes da Escola Municipal André Urani, que fica ao lado, realizassem atividades físicas. Muita gente sonha há mais de um ano com a reforma desse campo”, disse Nathan Porto ao jornal.
A paralisação do projeto de futebol para crianças, que funcionava no espaço, foi uma das reclamações do porteiro Willio Jerônimo, de 38. Depois das intervenções da Prefeitura, as crianças ficaram ociosas.
“Isso é muito complicado. Os jovens participam de um projeto para se divertirem e praticarem atividades físicas, e não sabem quando as aulas vão voltar. Eles sinalizaram tudo, mas a obra está abandonada. Várias vezes vamos lá checar se tem alguém trabalhando na reforma, mas nunca encontramos ninguém”, afirmou o porteiro.
No local está um cartaz instalado pelo Prefeitura do Rio com a informação de que a obra seria concluída em 60 dias.

By