Ele é tão carioca que seu nome na língua dos índios Tamoyo virou sinônimo de quem nasce no Rio de Janeiro. Fundamental para o desenvolvimento da cidade, o Rio Akari Oca, ou Carioca, como é conhecido hoje, nasce no alto da Floresta da Tijuca e desagua na Praia do Flamengo. Se, ao longo de décadas, o curso d’água não mereceu a atenção devida, de um ano para cá, a Águas do Rio navega na onda de recuperar o vigor desse “carioca” tão especial.
As ações têm por objetivo pôr fim a uma triste realidade: o despejo irregular de esgoto, fruto de anos de crescimento desordenado ao redor do rio. Porém, como contribuir para melhores condições ambientais da Baía de Guanabara é uma de suas prioridades, a concessionária tomou uma medida emergencial, após a desativação da Unidade de Tratamento de Rio (UTR), por parte do governo estadual. A empresa conectou a foz do Carioca ao interceptor oceânico — um grande canal que coleta o esgoto de boa parte da zona Sul do Rio e leva para o Emissário Submarino de Ipanema.
Paralelamente, nos bairros do Cosme Velho, Laranjeiras, Catete e Flamengo, a Águas do Rio acompanha o curso do Carioca para fiscalizar o despejo indevido de esgoto, com o uso de tecnologia de ponta. Uma tarefa que conta com a ajuda de associações de moradores, de líderes comunitários e da indispensável parceria com o Instituto Estadual do Ambiente (Inea), órgão com poder para multar quem está irregular.
“Essa medida provisória impede que cerca de 180 litros de esgoto por segundo sejam despejados diretamente na Baía de Guanabara. O resultado pode ser visto nas praias de Botafogo e do Flamengo que, este ano, ganharam dias de água cristalina. Nosso desafio, porém, é tornar essa balneabilidade constante., eliminando as ligações clandestinas. O processo precisa da participação de todos”, diz o diretor superintendente da Águas do Rio, Sinval Andrade.
Um bom exemplo dessa estratégia acontece no Guararapes, comunidade do bairro do Cosme Velho. Ali, parte do rio está aparente, mas a água poluída e o mau cheiro dão ao Carioca o aspecto de um valão. A empresa assumiu a missão de sanear o morro, onde vivem dez mil pessoas. Em outubro, concluiu a primeira parte da tarefa, implementando 130 metros de rede de coleta do esgoto, que antes escorria pela encosta e desaguava sem tratamento nas águas do Carioca.
“Estamos trabalhando na comunidade, implementando estruturas de coleta de esgoto e as interligando à rede pública. Com isso, além de levar mais saúde e qualidade de vida para quem mora ali, retiramos um volume de efluentes importante do Rio Carioca. Trata-se do pontapé inicial de um projeto amplo de saneamento básico das comunidades do entorno, que  que já está em andamento e se prolongará pelos próximos anos”, afirma o diretor superintendente de Comunidades da Águas do Rio, Guilherme Campos.
Em outra frente, a Águas do Rio trabalha com educação ambiental. Afinal de contas, nada melhor do que engajar a garotada na missão de proteger o Carioca. Por meio de seu programa educacional Saúde Nota 10, parceria com o projeto Esse Rio é Meu, da Prefeitura, a concessionária faz um trabalho de conscientização das crianças das escolas públicas da região, para que elas aprendam sobre o ciclo da água, sustentabilidade e o papel de cada um na preservação do rio.
O projeto inclui levar os estudantes para conhecerem os pontos em que o Rio Carioca sai do subsolo. Dessa forma, ao mesmo tempo em que se deparam com o problema da poluição, eles descobrem que ali há vida e que ela precisa ser preservada.
 “Estamos construindo juntamente com a Águas do Rio uma pedagogia humana e cheia de vínculos com o ambiente ao nosso redor. Esse rio é parte de nossas raízes, a base do nosso crescimento e agora é nossa vez de cuidar dele”, conta a coordenadora da Escola Estadual José de Alencar, Andréa Ribeiro Secundo González.