Conheça a história de Ricardo e Ivanilda, que esperaram por sete anos na fila de adoção e hoje são pais de Jonas

“‘Pronto! Pai e mãe, podem se sentir grávidos. A qualquer momento vocês podem ter a sua criança’”, relembra Ricardo Fernandes da frase que não sai da memória. A dose de esperança foi dita por uma funcionária da Vara da Infância e Juventude de João Pessoa quando ele e a esposa, Ivanilda, deram entrada no processo de adoção.

Daquele dia até o momento em que Jonas, hoje com 5 cinco anos, chegaria à família, se passaram sete longos anos. Uma gestação difícil, com altos e baixos. Cheia de “ansiedade, espera, angústia e expectativa”. Um percurso “muito longo”, resume Ricardo.

O quarto da criança que estava sendo gerada – e não tinha data para nascer – ficou montado por cinco anos. “Compramos tudo. Fizemos o quarto completo. Só que preparamos para menina, que era o nosso sonho na época”, contou Ricardo. “Foi aí onde aumentou o tormento. Porque na medida em que batia a ansiedade, a gente entrava no quarto, olhava e…”, contou ele com a voz trêmula. Nesse período, Ricardo e a esposa decidiram começar a doar objetos e móveis do quarto.

A gravidez prolongada, acredita Ricardo, foi por causa das burocracias. Não só pelas regras do sistema legal mas, antes de tudo, pelas que os futuros pais alimentam. “A maior burocracia que é encarada com relação a adoção tá em nós mesmos”, ressaltou ele lembrando das preferências das famílias na elaboração de um perfil para a criança. “Queríamos uma menina, branca, de zero a seis meses de idade. Esse era o perfil que criamos. E ao criarmos esse perfil, automaticamente nós criamos a burocracia”, disse Ricardo.

Em conversa, ele contou que a adoção de Jonas só foi possível quando se desprenderam das preferências na ficha de adoção. A primeira mudança no perfil, criado por eles em 2009, veio depois que Ricardo e Ivanilda participaram de um evento dedicado às crianças e jovens de um orfanato. “Foi maravilhoso. Abriu nossos olhos”, relembrou ele.