Um morador do bairro da Gávea, na Zona Sul do Rio de Janeiro, registrou uma cena inusitada: um macaco-prego foi flagrado “roubando” um bolo de um apartamento. O animal, equilibrando-se no parapeito de um prédio, carregava a embalagem com o bolo enquanto fugia em direção a uma árvore. Em um momento curioso, o primata parou para tentar abrir a embalagem, mas logo desistiu e seguiu seu caminho. Ao chegar à árvore, outro macaco, que parecia ser seu “comparsa”, estava à espera. A situação foi compartilhada na internet, onde rapidamente viralizou. A informação sobre o meliante símio é do O Globo.
O vizinho que presenciou o “roubo” se divertiu com o ocorrido. “Alguém vai ficar sem bolo!”, brincou o morador, gargalhando enquanto gravava a cena.
Izar Aximoff, biólogo especialista em fauna urbana, explicou que o comportamento do macaco-prego, típico de áreas de Mata Atlântica, é impulsionado por sua curiosidade natural e busca por alimentos. Entretanto, ele alerta que essa interação com o ambiente urbano pode ser perigosa para a espécie.
“Esses animais costumam sair da mata durante o dia e entrar no ambiente urbano. Mas é perigoso para eles. Podem ser agredidos, levar choque na rede elétrica, serem atropelados ou contrair doenças de animais domésticos”, explicou o biólogo.

Uma das hipóteses levantadas por Aximoff é a de que a falta de alimentos na floresta, agravada pelo período de seca, estaria levando esses primatas a procurar comida em áreas urbanas. Ainda assim, ele reforça que alimentar esses animais não é recomendado, pois isso interfere na dinâmica da floresta.
“Os primatas são os jardineiros da floresta. Eles ajudam a dispersar sementes e manter o ecossistema equilibrado. Quando alimentamos esses animais, condicionamos eles a sair da mata em busca de comida, o que afeta a saúde da floresta”, destacou Aximoff.
Além disso, o biólogo expressou preocupação com o tipo de alimento que os animais podem acabar consumindo. No caso do bolo, ingredientes como açúcar e produtos processados são prejudiciais à saúde dos primatas.
O dono do bolo, que ainda não foi identificado, certamente ficará surpreso ao descobrir que sua sobremesa foi “furtada” por um habitante inesperado da floresta.

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