Hoje no espaço paraibano encontram-se os Potiguara e os Tabajara na nação Tupi, no litoral. A população indígena possui proximamente 16.000 pessoas, representando 0.43% do total da população do Estado.
O povo Potiguara está localizado no Litoral Norte com uma população de 15.021 indígenas, de acordo com o censo da Funasa (2011) e estão distribuídos em 32 aldeias localizados nos municípios de Baía da Traição, Marcação e Rio Tinto.
O povo Tabajara encontra-se no Litoral Sul como uma população superior a 750 indígenas, segundo Mura (2010), distribuídos em 4 aldeias localizadas nas terras das antigas Sesmarias de Jacoca e Aratagui nos municípios de Conde, Alhandra e Pitimbu.
Todas as aldeias são autônomas e a organização social e política está sob a autoridade máxima – o cacique. Ele representa todo o povo nas tomadas de decisão política em níveis locais e junto à sociedade nacional. (…) Em cada aldeia existem outras lideranças como parteiras, professores, agentes de saúde, anciãos, entre outros.
É importante registrar que os indígenas mesmo tendo sido perseguidos, muitos grupos dizimados, constituem uma das grandes matrizes étnicas da população brasileira, contribuindo com a formação do patrimônio cultural. (…)
Tanto os Potiguara como os Tabajara veem a Terra não apenas como natureza, mas significando o modo de ser, o sistema, a cultura, a lei e os costumes. A partir desse conceito, eles veem o mundo como uma comunidade de relações econômicas e espirituais celebradas em rituais, cantos e festas. (…)
Quanto à economia desses povos, principalmente dos que moram nas aldeias, as fontes básicas de renda são a lavoura, a pesca, extrativismo marinho, vegetal e criação de animais de pequeno, médio e grande porte (galinhas, patos, gansos, caprinos, bovinos), mas tudo em pequena escala de produção. Alguns trabalham no corte de cana-de-açúcar e nas usinas sucroalcooleiras, nas repartições públicas e no comércio local.
Muitos indígenas têm migrado para as cidades tornando-se índios urbanos em busca de melhorar sua qualidade de vida ou mesmo por conflitos internos entre seus familiares.
Ressalte-se, porém, que as maiores questões enfrentadas pelos indígenas paraibanos são, de certa forma, também comuns aos demais indígenas brasileiros: reconquista de suas identidades na luta pelas políticas afirmativas que promovam a igualdade de oportunidades, na estrutura socioeconômica estadual e a apropriação dos seus territórios de vivência, aqui entendidos no sentindo amplo de que o território não se restringe apenas à terra, mas envolve também a autonomia política, jurídica, de gestão e controle sobre todos os recursos, no interior dos seus espaços territoriais, como hídricos, agroflorísticos, agrofaunísticos, minerais, entre outros.
Na Paraíba, a maior parte das terras dos povos Potiguara e Tabajara está nas mãos de usineiros, granjeiros, hoteleiros e áreas de assentamentos agrários.
Observa-se que está ocorrendo um processo de reorganização interna desses povos através da estruturação de: Organização das Mulheres Indígenas Tabajara (Omit), Organização dos Jovens Indígenas Tabajra da Paraíba (Ojit), Associação Indígena Tabajara da Paraíba (AIT-PB), Organização dos Produtos Rurais Indígenas Tabajara da Paraíba (Oprit-Pb).