O corpo da mulher fala por si. Dores na região do abdômen ou nos seios, fortes corrimentos ou incômodo na hora da relação sexual são sinais de alerta. Atitudes preventivas, como a realização periódica de exames ginecológicos ajudam a identificar doenças que, quanto mais cedo forem diagnosticadas, mais fácil será o tratamento. O Além da Beleza procurou o ginecologista Luiz Flávio Fernandes para tirar algumas dúvidas sobre a saúde feminina.
Quais os exames ginecológicos recomendados e com qual periodicidade?
A realização de exames é o primeiro passo para descobrir se está tudo certo com o corpo. Confira quais são importantes para cada idade.
Mulheres até 35 anos: “O indicado é realizar anualmente o Papanicolau e a ultrassonografia transvaginal, pois são essenciais para o diagnóstico de doenças”, orienta o Dr. Fernandes. A finalidade é identificar cisto, câncer e HPV (Papiloma Vírus Humano – uma família de vírus capazes de provocar lesões de pele ou mucosa).
Acima dos 35 anos: Além dos citados acima, é necessário fazer também a investigação mamária, pois nessa faixa etária a incidência do câncer de mama é maior. “É importante iniciar a mamografia e fazê-la anualmente. Manter a periodicidade é importante para a prevenção, mas esse acompanhamento pode mudar, de acordo com cada paciente”, afirma o médico.
Como escolher o melhor contraceptivo?
O mercado oferece diversos tipos de remédios, como pílulas, injeções e adesivos. Porém, a escolha do melhor método deve ser sempre compartilhada com seu ginecologista. “Somente o médico pode indicar o melhor contraceptivo, pois ele irá examinar a paciente e decidir de acordo com suas características”, afirma o Dr. Fernandes. Outra questão importante a ser analisada é a vida da mulher. “Se a paciente não costuma fazer atividades rotineiras, a pílula convencional não é uma boa opção, pois a chance de esquecer de tomar é grande”, explica.
Pílula anticoncepcional engorda?
De acordo com o especialista, o que pode acontecer com o uso desse remédio é a retenção de líquido, não o acúmulo de gordura. Nesse caso, a mulher pode se sentir mais inchada, porém, a solução está na alimentação saudável e na atividade física. “Essas atitudes, além de serem benéficas para a saúde feminina, vão auxiliar no combate à retenção de líquido”, afirma o ginecologista.
Como e quando a pílula do dia seguinte deve ser usada?
“Esse método é de uso emergencial, o corpo da mulher não pode se acostumar com esse tipo de remédio”, comenta o Dr. Fernandes. O uso correto deve ser feito até três dias após a relação desprotegida. “Lembrando que quanto antes a pílula for ingerida, maior será a eficácia”, completa.
TPM é um mito ou verdade?
Entra mês e sai mês e muitas sofrem com TPM. A Tensão Pré-Menstrual é um assunto que divide opiniões, mas os médicos confirmam a existência do problema. “A TPM existe sim, e os sintomas variam para cada pessoa. Existe a física, na qual a mulher retém liquido e pode ficar com dores nas mamas e na cabeça. Nesse caso, o uso da pílula anticoncepcional pode ajudar, mas, como cada uma tem características diferentes, somente o ginecologista pode indicar o melhor remédio”, explica. Ele acrescenta que existe ainda uma TPM com características mais psicológicas, quando a mulher fica triste, deprimida e sensível. “Em alguns casos mais graves, a paciente pode desenvolver a chamada Doença Disfórica Pré-Menstrual. Este é um estágio avançado da TPM, no qual a paciente fica extremamente irritada ou deprimida. A vida social, familiar ou profissional pode ser prejudicada por conta desta doença. O tratamento neste caso deve ser feito com um psiquiatra”, finaliza o Dr. Fernandes.
Fonte: Além da Beleza