A Volkswagen está atravessando uma das suas maiores crises na Alemanha. Problemas como a queda nas vendas e grandes prejuízos estão afetando seriamente a operação da empresa, levando até a possibilidade de fechamentos de fábricas. No entanto, no Brasil, o cenário é bem diferente: aqui, a Volkswagen continua a crescer e a investir pesadamente, mostrando-se como um exemplo de boa gestão dentro do grupo automotivo.
Ciro Possobom, CEO da Volkswagen do Brasil, assegura que os problemas enfrentados na Europa não afetarão os planos da empresa para a América do Sul. Em fevereiro deste ano, foi anunciado um investimento de R$ 16 bilhões no Brasil até 2028, o que resultará no lançamento de 16 novos modelos no mercado brasileiro.
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Por que a Volkswagen do Brasil está tão resiliente?
Enquanto as operações europeias da Volkswagen estão em crise, a filial brasileira não foi obrigada a aumentar os recursos enviados para a matriz. Segundo Possobom, “temos nossas metas e objetivos para entregar à Alemanha, mas nenhuma exigência extra foi feita.” A operação brasileira é, inclusive, admirada pelos executivos alemães, que consideram as práticas no Brasil como exemplares.
Como os carros elétricos estão influenciando a crise?
Parte significativa dos problemas que a Volkswagen enfrenta na Alemanha está relacionada ao mercado de carros elétricos. A empresa investiu pesadamente neste segmento, mas a introdução de veículos chineses acessíveis no mercado europeu afetou duramente as vendas das fabricantes locais, incluindo a Volkswagen.
Carros elétricos no Brasil: um cenário diferente
No Brasil, o mercado de carros elétricos também está sendo impactado pela chegada de marcas chinesas como BYD e GWM. No entanto, a Volkswagen optou por uma abordagem mais cautelosa. Até agora, a empresa oferece apenas dois modelos elétricos em seu programa de assinaturas: o SUV ID.4 e a “nova Kombi” ID.Buzz.

A diferença de preço médio para compra de carros entre Brasil e Europa é um dos principais obstáculos.
O Brasil ainda tem uma infraestrutura limitada para carros elétricos.
Até 2028, a Volkswagen planeja introduzir mais modelos elétricos no mercado brasileiro.

Quais fatores contribuem para a crise na Alemanha?
Vários fatores contribuíram para a crise que a Volkswagen enfrenta na Alemanha. A pandemia de COVID-19 teve um impacto significativo nas vendas, que não voltaram aos níveis pré-pandemia. Em 2019, o grupo vendeu 11 milhões de unidades no mundo todo, mas esse número caiu para 9,3 milhões em 2020 e ainda não se recuperou completamente.
A baixa demanda e a menor participação no setor de carros elétricos do que o esperado resultaram na previsão de 500 mil carros a menos nas vendas deste ano. Arno Antlitz, diretor financeiro do grupo, alertou que a VW tem apenas “um ou dois anos para se recuperar”.
Medidas de redução de custos
Como parte das medidas de corte de custos, a Volkswagen decidiu fechar duas fábricas na Alemanha, um movimento sem precedentes em seus 87 anos de história. Oliver Blume, CEO da empresa, afirmou que a perda de alguns empregos agora pode prevenir um prejuízo maior no futuro. “Vamos implementar medidas para nos tornarmos mais lucrativos e levar a Volkswagen de volta ao lugar que merece.”
Desafios no mercado chinês
A situação na Europa não é o único desafio para a Volkswagen; as vendas na China também estão caindo. Apesar de ser o segundo maior mercado para a empresa, a concorrência com rivais mais modernos e baratos tem sido intensa. Entre 2019 e 2023, a queda nas vendas na China chegou a quase 1 milhão de veículos.
Em resumo, enquanto a Volkswagen enfrenta uma crise significativa na Alemanha, a operação brasileira continua a seguir uma trajetória positiva, com grandes investimentos e uma estratégia cautelosa no mercado de eletrificação. A resiliência da Volkswagen do Brasil serve como um modelo a ser seguido, demonstrando que é possível crescer mesmo em tempos de adversidade.

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